A nossa ciência tecnicista e extremamente racionalista criada por Bacon, Descartes, e Newton teima em dilacerar tudo o que encontra pela frente e com a ecologia não foi diferente: ecologia humana, ecologia vegetal, ecologia animal, ecologia urbana, ecologia de ecossistemas estuarinos, etc. Óbvio que não se pode saber tudo, mas é necessário uma maior comunicação entre as ciências, interdisciplinaridade é a palavra do momento.
Existem diversos ecologismos ligados diretamente aos movimentos ambientalistas. São quatro posições filosóficas básicas e Salun (1996) nos apresentam cada uma delas: o ecologismo fundamentalista, o ecologismo realista, ecossocialismo e ecocapitalismo.
Os fundamentalistas têm uma visão ligada aos anarquistas de maio de 1968 com uma visão de que a ecologia transcendia os estudos científicos e uma posição pessimista de que a sociedade já degradou o meio ambiente e que o processo já é irreversível.
Já os ecologistas realistas acham possível transformar a sociedade a partir da construção e desenvolvimento de um movimento ecologista atuante. Os realistas têm como objetivo alcançar um desenvolvimento sócio-econômico “radicalmente diferente do capitalismo e do socialismo”. Seria um sistema de pequenas propriedades e cooperativas com um estado atuante em nível local e regional. Os ecorrealistas são a base dos partidos “verdes”.
Os ecossocialistas almejam uma ruptura com a sociedade capitalista e com o socialismo “real” que consideram uma forma de “capitalismo de Estado”.
Os ecocapitalistas acreditam numa sociedade de mercado com base na propriedade privada e na livre iniciativa econômica.
Existe também a chamada ecologia profunda, termo criado pelo Filósofo norueguês, Arne Naess, que coloca o ser humano como sendo parte integrante do ambiente. Fritjof Capra em seu livro “ A teia da vida” nos explica melhor:
“A ecologia profunda não separa seres humanos - ou qualquer outra coisa do meio ambiente natural. Ela vê o mundo não como uma coleção de objetos isolados, mas como uma rede de fenômenos que estão fundamentalmente interconectados e são interdependentes. A ecologia profunda reconhece o valor intrínseco de seres vivos e concebe os seres humanos apenas como um fio particular na teia da vida. Em última análise, a percepção da ecologia profunda é percepção espiritual ou religiosa”.
Não é necessário ser religioso para se sentir profundamente interligado com a natureza, pois sendo assim ateus jamais poderiam sentir e/ou saber o que é ecologia profunda, basta se sentir como um ser vivo desse planeta e sentir os outros seres também como sendo vivos só assim a mudança de paradigma tão sonhada pelos ambientalistas poderão ser alcançada e o respeito e o valor, simplesmente por ser belo, será conseguido.
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