Belo Monte vai exportar empregos e ficaremos com os impactos’, entrevista com Philip Fearnside
Imagem retirada do livro Capitalismo para principientes (Carlos Eduardo Novaes e Vilmar Rodrigues)
Área que compreende os limites de tolerância de uma espécie às condições do ambiente.
Um blog sobre achados, achismos e devaneios ecológicos
Essa breve descrição da formação vegetal existente em Bauru/SP foi só para entrarmos na discussão que é a seguinte.
Em 2009 o estado de São Paulo promulgou uma lei que visa a proteção do que sobrou do cerrado no estado (lei nº 13.550/2009).
Mas agora em 2011 alguns vereadores com a ajuda de um Dep. Estadual estão tentando o absurdo, mudar/revisar/flexibilizar uma lei estadual com a desculpa de que a legislação atual estaria impedindo o desenvolvimento econômico da cidade.
O conceito de desenvolvimento que ainda prevalece, é um conceito "medieval" de que a natureza é selvagem e que deve ser dominada para que a civilização chegue com o "progresso" que somente uma parcela (a parcela que tem dinheiro) possa usifruir do "progresso".
A tentativa é absurda, pois não há a possibilidade de a lei ser alterada por cauda de meia dúzia de vereadores, no entanto devemos ficar atento, pois o Dep. Estadual e extremamente influente com o governador do estado. Vai que, né?
Outro absurdo dito por um dos vereadores é que Bauru/SP possuía em sua área urbana mais de 90% de cerrado.
O Cerrado é o 2º maior bioma do Brasil e o 1º mais devastado com mais de 50% da sua área original já derrubada.
Dados apresentados no debate (25/08/2011) mostram que dos 14% do cerrado que existia no estado de São Paulo, só restaram cerca de 0,8% .
O Cerrado é considerado o brço das águas, a maioria dos rios da bacia amazônica, o Rio São Francisco (Velho Chico) e vários outros que alimenta a maior planície inundada do planeta (Pantanal) nascem no Cerrado. Sem falar no valor econômico e medicinal de diversas plantas do cerrado.
http://www.geografiaparatodos.com.br/index.php?pag=paisagem1
Não há outra coisa por trás dessa tentativa de “revisão” de lei que não seja interesses políticos e econômicos próprios.
Será que não existe outra área em que poderiam ser alocadas essas industrías?
Porque essas áreas?
Em Bauru existe um problema sério com a especulação imobiliária. Áreas de mata e fundo de vale (essa última é uma APP – Área de Proteção Permanente)são constantemente ocupadas por condomínios de luxo. (Expansão urbana em áreas de fundo de vale na cidade de Bauru/SP – Valter Luís Barbosa)
Os remanescentes de Cerrado da cidade de Bauru somam 0,5% (talvez um pouco mais) que o estúpido projeto de revisão da lei quer alterar/flexibilizar e ocupar justamente essas áreas.
Tudo isso é o que se perde quando o cerrado é destruído, devastado...
O ser humano ainda não entendeu a relação íntima que nós (Homo sapiens) temos com os seres vivos desse planeta, que dependemos um dos outros para a sobrevivência na espaçonave chamada Terra. As abelhas, outros insetos e o vento polinizam todos os alimentos consumidos por nós, a água que bebemos e as chuvas que molha a terra é produzida pelas florestas que derrubamos.
Meu nome é Chrysocyon brachyurus, também conhecido como Lobo Guará (guará, do tupi, vermelho) a minha luta não é pela minha sobrevivência, é pela nossa sobrevivência...
Fonte:
http://www.centraldocerrado.org.br/cerrado/
http://br.viarural.com/servicos/turismo/parques-nacionais/chapada-dos-veadeiros/default.htm
Este texto surgiu de uma tarefa que a professora pediu para argumentar, a favor ou contra a afirmação que é o título do post...
No topo da hierarquia de poder existente na sociedade capitalista quem realmente governa o Estado não são os políticos e sim os donos do capital, pois grandes políticas de desenvolvimento econômico visam fortalecer o poder de grandes empresas nacionais e principalmente as multinacionais internacionais. O lucro – objetivo único do capitalismo – conseguido por essas multinacionais estrangeiras é muito superior ao investimento no país e a maior parte do lucro não fica no país de origem.
A globalização é só outro nome para o capitalismo, que nunca é brando é sempre selvagem e desumano. As políticas públicas criadas pelo Estado que deveriam proteger o mercado interno, incentiva a entrada de empresas de capital estrangeiro enfraquecendo o comércio local, por exemplo, o mercadinho da vila jamais poderá competir com o gigante WalMart. O mercadinho é obrigado a fechar, pois a concorrência e desigual e teremos mais alguns desempregados e o mercado não absorverá todos eles. E levando em consideração que um Wall Mart vai fechar dezenas de mercadinhos, teremos centenas de desempregados.
O Estado neoliberal é sim o responsável pela crise mundial, crise que só afeta a sociedade civil, pois os verdadeiros donos do capital estão protegidos por leis de incentivos fiscais e pelo próprio Estado que como vimos para salvar o capitalismo injetou trilhões de dólares para salvar algumas empresas.
Enquanto houver capitalismo, haverá a socialização das perdas e não divisão dos lucros. É o caso da British Petroleum que derramou milhares de litros de petróleo no Golfo do México alguns poucos foram responsabilizados, mas as perdas ambientais foram socializadas com o ambiente local que demorará anos para se recuperarem totalmente. Além disso, culpar um ou outro e multas não afetaram uma gigante petrolífera como a BP, que continua a extrair petróleo.
Enquanto isso a globalização com a ajuda do Estado, ultrapassa fronteiras geográficas e com a ajuda do marketing, transcende fronteiras culturais e impõe o “American Dream” como padrão de felicidade a todos os povos da Terra.
É muito comum em educação ambiental enfatizar o que de ruim está acontecendo com a sociedade, com os animais, plantas, a toda biosfera.
A nossa luta para “salvar” o planeta não é bem para “salvar” o planeta é para salvar a nossa própria espécie da extinção, mas isso é outro achismo.
Essa ênfase nas catástrofes naturais potencializadas, perda de solo (desertificação), desflorestamento, extinção de espécies, aquecimento global...etc. isso tem um nome ECOTERRORISMO.
O mundo não está “as mil maravilhas”, mas existe coisas boas, a sociedade se manifestando, ainda que virtualmente (twitter, facebook, Orkut e outros.), causas próprias ou causas alheias como a não diferença de gêneros, descriminação de raça, cor, classe social ou opção sexual.
Enfatizando o ruim mostra um mundo sem futuro e que a humanidade está fardada a extinção.
Estamos causando sim alterações no planeta, alterações tão rápidas que a maioria das espécies não conseguirá adaptar-se a tais mudanças, mas a humanidade provavelmente sobreviverá não como a conhecemos hoje, em tempos remotos sobrevivemos a glaciações e ainda prosperamos, até de mais.
A questão é “Como queremos o nosso futuro?” com toda a comunidade de organismos vivos usufruindo dos bens e serviços naturais ou mais um episódio de extinção em massa com redução da população humana para aproximadamente 1/3? Longe de querer fazer ecoterrorismo, mas já fazendo.
Agora o que vou falar é o óbvio, temos que mostrar alternativas a esse futuro, viáveis e sustentáveis. A humanidade prosperou até hoje pela sua grande capacidade de adaptar-se a mudanças, ambientais e culturais.
Cada indivíduo possui a chave para essa mudança e que o comportamento altruísta é essa chave que dará início à mudança de comportamento.
O indivíduo tem que saber que ele é um cidadão (cidadania também é educação ambietal) e agente de mudança e que sua voz em coro tem o poder de realizar mudanças, ensinar o respeito, primeiro a si mesmo, pois só assim ele poderá respeitar o outro e a outras espécies que convivem com a gente nesse planeta.
A nós cabe o futuro de nossa espécie e de várias outras, pois como disse Leonardo Boff, nos somos os guardiões de todo ser.