terça-feira, 29 de novembro de 2011

Desenvolvimento sustentável e Usinas hidrelétricas

Segundo a Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, Desenvolvimento Sustentável (DS) é definida como “o desenvolvimento que atende às necessidades do presente, sem comprometer a capacidade das futuras gerações de atenderem às suas próprias necessidades”. Leia também (Des)envolvimento Sustentável http://amplitudeecologica.blogspot.com/2010/03/desenvolvimento-sustentavel.html

No entanto nós temos a seguinte visão de Desenvolvimento "celular (galaxy 5), computador, televisão, liquidificador, wallita magic juicer, internet, blog do amplitude ecológica…” Desenvolvimento Sustentável…esquece.

O discurso utilizado pelos desenvolvimentistas para a construção de Belo Monte (e outras Usinas Hidrelétricas (UHE), mas só vou falar dessa porquê é que ta na mídia) é o de trazer o desenvolvimento para o pais e principalmente para aquela região. No entanto porque achamos que levar uma UHE é desenvolvimento? Nossa civilização captalista utiliza de tal forma nossos recursos que dúvido que aquela região se desenvolva, quanto mais DS.

Na revista Contra Corrente n° 3 tem um artigo “Emissões: os impactos mais renegados das hidrelétricas” que é bem interessante de se ler. Clique aqui.

Ao construir uma UHE aquela região tende a se urbanizar e sabemos muito bem como funciona a política brasileira de urbanização (derruba e constroi). Será contruidos quilômetros de estradas, rodovias e mais cidades serão construidas às margens dessas estradas e rodovias. E todos nós sabemos quão eficiente é as políticas públicas de educação, saúde, transporte, saneamento básico…naquela região. Pergunta. O que é desenvolvimento? R. Deslocar diversas etnias indígenas e população ribeirinha que vive da caça e da pesca e agricultura de subsistência para construir um gigante no meio da floresta?

Onde serão realocadas essas pessoas? Vai ter escolas, posto de saúde, água e esgoto encanado?

É claro que aquela região não possui nada do que eu citei acima ou é bem precária (educação, saúde, transporte, saneamento básico), mas investimentos em infraestrutura naquela região seria muito mais desenvolvimento do que uma UHE.

Aprentemente a UHE não é bem para a população e sim para grandes empresas mineradoras que pretendem extrair bauxita na região.

O que temos que perguntar é “Que desenvolvimento vamos levar para aquela região?” “Pra que vamos levar desenvolvimento, pra populção?” ou “Para grandes corporações?”


Links


Belo Monte vai exportar empregos e ficaremos com os impactos’, entrevista com Philip Fearnside


Civilização ocidental
Imagem retirada do livro Capitalismo para principientes (Carlos Eduardo Novaes e Vilmar Rodrigues)

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Cerrado, ou serrado?

Bauru/SP encontra-se inserida em uma região onde existem dois biomas, o cerrado e a Floresta Estacional Semidecídua, que pertence a uma das fisionomias da Mata Atlântica (FES). Por ser uma região onde dois biomas encontram-se o ecossistema local é bem característico. O local de transição entre os dois é chamado de ecótono. O Cerrado possui ainda outras cinco fisionomias, em Bauru a predominante é o Cerradão ou Cerrado Florestado em que predomina árvores mais altas e troncos retilíneos.

Essa breve descrição da formação vegetal existente em Bauru/SP foi só para entrarmos na discussão que é a seguinte.

Em 2009 o estado de São Paulo promulgou uma lei que visa a proteção do que sobrou do cerrado no estado (lei nº 13.550/2009).

Mas agora em 2011 alguns vereadores com a ajuda de um Dep. Estadual estão tentando o absurdo, mudar/revisar/flexibilizar uma lei estadual com a desculpa de que a legislação atual estaria impedindo o desenvolvimento econômico da cidade.

O conceito de desenvolvimento que ainda prevalece, é um conceito "medieval" de que a natureza é selvagem e que deve ser dominada para que a civilização chegue com o "progresso" que somente uma parcela (a parcela que tem dinheiro) possa usifruir do "progresso".

A tentativa é absurda, pois não há a possibilidade de a lei ser alterada por cauda de meia dúzia de vereadores, no entanto devemos ficar atento, pois o Dep. Estadual e extremamente influente com o governador do estado. Vai que, né?

Outro absurdo dito por um dos vereadores é que Bauru/SP possuía em sua área urbana mais de 90% de cerrado.

O Cerrado é o 2º maior bioma do Brasil e o 1º mais devastado com mais de 50% da sua área original já derrubada.


http://brasilbiomas.wordpress.com/2011/06/14/cerrado/

Dados apresentados no debate (25/08/2011) mostram que dos 14% do cerrado que existia no estado de São Paulo, só restaram cerca de 0,8% .

O Cerrado é considerado o brço das águas, a maioria dos rios da bacia amazônica, o Rio São Francisco (Velho Chico) e vários outros que alimenta a maior planície inundada do planeta (Pantanal) nascem no Cerrado. Sem falar no valor econômico e medicinal de diversas plantas do cerrado.

Flor de Pequi, planta símbolo do cerrado Caryocar brasiliensis

http://www.geografiaparatodos.com.br/index.php?pag=paisagem1

Não há outra coisa por trás dessa tentativa de “revisão” de lei que não seja interesses políticos e econômicos próprios.

Será que não existe outra área em que poderiam ser alocadas essas industrías?

Porque essas áreas?

Em Bauru existe um problema sério com a especulação imobiliária. Áreas de mata e fundo de vale (essa última é uma APP – Área de Proteção Permanente)são constantemente ocupadas por condomínios de luxo. (Expansão urbana em áreas de fundo de vale na cidade de Bauru/SP – Valter Luís Barbosa)

Os remanescentes de Cerrado da cidade de Bauru somam 0,5% (talvez um pouco mais) que o estúpido projeto de revisão da lei quer alterar/flexibilizar e ocupar justamente essas áreas.




Eu......

Tudo isso é o que se perde quando o cerrado é destruído, devastado...

O ser humano ainda não entendeu a relação íntima que nós (Homo sapiens) temos com os seres vivos desse planeta, que dependemos um dos outros para a sobrevivência na espaçonave chamada Terra. As abelhas, outros insetos e o vento polinizam todos os alimentos consumidos por nós, a água que bebemos e as chuvas que molha a terra é produzida pelas florestas que derrubamos.

Meu nome é Chrysocyon brachyurus, também conhecido como Lobo Guará (guará, do tupi, vermelho) a minha luta não é pela minha sobrevivência, é pela nossa sobrevivência...

Fonte:

http://www.centraldocerrado.org.br/cerrado/

http://br.viarural.com/servicos/turismo/parques-nacionais/chapada-dos-veadeiros/default.htm

segunda-feira, 16 de maio de 2011

O Estado neoliberal é o maior responsável pela crise atual.

Este texto surgiu de uma tarefa que a professora pediu para argumentar, a favor ou contra a afirmação que é o título do post...


No topo da hierarquia de poder existente na sociedade capitalista quem realmente governa o Estado não são os políticos e sim os donos do capital, pois grandes políticas de desenvolvimento econômico visam fortalecer o poder de grandes empresas nacionais e principalmente as multinacionais internacionais. O lucro – objetivo único do capitalismo – conseguido por essas multinacionais estrangeiras é muito superior ao investimento no país e a maior parte do lucro não fica no país de origem.

A globalização é só outro nome para o capitalismo, que nunca é brando é sempre selvagem e desumano. As políticas públicas criadas pelo Estado que deveriam proteger o mercado interno, incentiva a entrada de empresas de capital estrangeiro enfraquecendo o comércio local, por exemplo, o mercadinho da vila jamais poderá competir com o gigante WalMart. O mercadinho é obrigado a fechar, pois a concorrência e desigual e teremos mais alguns desempregados e o mercado não absorverá todos eles. E levando em consideração que um Wall Mart vai fechar dezenas de mercadinhos, teremos centenas de desempregados.

O Estado neoliberal é sim o responsável pela crise mundial, crise que só afeta a sociedade civil, pois os verdadeiros donos do capital estão protegidos por leis de incentivos fiscais e pelo próprio Estado que como vimos para salvar o capitalismo injetou trilhões de dólares para salvar algumas empresas.

Enquanto houver capitalismo, haverá a socialização das perdas e não divisão dos lucros. É o caso da British Petroleum que derramou milhares de litros de petróleo no Golfo do México alguns poucos foram responsabilizados, mas as perdas ambientais foram socializadas com o ambiente local que demorará anos para se recuperarem totalmente. Além disso, culpar um ou outro e multas não afetaram uma gigante petrolífera como a BP, que continua a extrair petróleo.

Enquanto isso a globalização com a ajuda do Estado, ultrapassa fronteiras geográficas e com a ajuda do marketing, transcende fronteiras culturais e impõe o “American Dream” como padrão de felicidade a todos os povos da Terra.

terça-feira, 1 de março de 2011

Ecoterrorismo e educação ambiental

É muito comum em educação ambiental enfatizar o que de ruim está acontecendo com a sociedade, com os animais, plantas, a toda biosfera.

A nossa luta para “salvar” o planeta não é bem para “salvar” o planeta é para salvar a nossa própria espécie da extinção, mas isso é outro achismo.

Essa ênfase nas catástrofes naturais potencializadas, perda de solo (desertificação), desflorestamento, extinção de espécies, aquecimento global...etc. isso tem um nome ECOTERRORISMO.

O mundo não está “as mil maravilhas”, mas existe coisas boas, a sociedade se manifestando, ainda que virtualmente (twitter, facebook, Orkut e outros.), causas próprias ou causas alheias como a não diferença de gêneros, descriminação de raça, cor, classe social ou opção sexual.

Enfatizando o ruim mostra um mundo sem futuro e que a humanidade está fardada a extinção.

Estamos causando sim alterações no planeta, alterações tão rápidas que a maioria das espécies não conseguirá adaptar-se a tais mudanças, mas a humanidade provavelmente sobreviverá não como a conhecemos hoje, em tempos remotos sobrevivemos a glaciações e ainda prosperamos, até de mais.

A questão é “Como queremos o nosso futuro?” com toda a comunidade de organismos vivos usufruindo dos bens e serviços naturais ou mais um episódio de extinção em massa com redução da população humana para aproximadamente 1/3? Longe de querer fazer ecoterrorismo, mas já fazendo.

Agora o que vou falar é o óbvio, temos que mostrar alternativas a esse futuro, viáveis e sustentáveis. A humanidade prosperou até hoje pela sua grande capacidade de adaptar-se a mudanças, ambientais e culturais.

Cada indivíduo possui a chave para essa mudança e que o comportamento altruísta é essa chave que dará início à mudança de comportamento.

O indivíduo tem que saber que ele é um cidadão (cidadania também é educação ambietal) e agente de mudança e que sua voz em coro tem o poder de realizar mudanças, ensinar o respeito, primeiro a si mesmo, pois só assim ele poderá respeitar o outro e a outras espécies que convivem com a gente nesse planeta.

A nós cabe o futuro de nossa espécie e de várias outras, pois como disse Leonardo Boff, nos somos os guardiões de todo ser.

segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Cerrado, o berço das águas


Esse é um simples vídeo que eu e mais dois amigos fizemos para uma aula chamada Tecnologia da Informação na Educação carinhosamente chamada de TIE e como vocês podem ver não sou um bom "fazedor" de vídeos.
As imagens contidas no vídeo não são nossas, foram retiradas da internet (google) e a intenção é contrastar a beleza incompreendida do cerrado e a devastação que vem ocorrendo à séculos. Por ser arvorezinhas tortas e "raquíticas" não está em conformidade com a nossa concepção de beleza que uma floresta deveria ter. Aliás, com árvores tão esparsas nem é uma floresta é apenas um monte de mato que seria melhor aproveitado para a pecuária e agricultura.