terça-feira, 11 de maio de 2010

Educação ambiental

Começo esse post falando do meu novo blog, que tratara de um assunto que a administração pública da pouca importância, a arborização urbana http://arborizacaourbana.spaces.live.com/ . Havia prometido alguns posts sobre o assunto aqui no blog, http://amplitudeecologica.blogspot.com/ , mas resolvi criar um outro blog devido ao tamanho e complexidade do assunto e esse blog aqui deixarei para expressar meus achados, achismos e devaneios ecológicos.

Dividirei meu tempo entre dois blogs então os posts ficarão menos freqüentes (como se fossem freqüentes né?).

Terminada as explicações, vamos voltar ao tema que propus a falar: educação ambiental.
Recebi um email de um grupo de educadores ambientais que irá dar um curso de “formação de educadores ambientais” e a primeira pergunta era:
O que é educação ambiental para você?

Da resposta que eu dei aquele dia até hoje ela já mudou um pouco, mas o conceito é o mesmo, “educação para vida”. Esse é o cerne do meu conceito de educação ambiental.
Mas o que é “educar para vida”?

Não sei direito, trabalho o meu conceito de educação ambiental desde que comecei a trabalhar com o tema em 2007 quando estagiei na Secretaria de meio ambiente de minha cidade (Bauru/SP) e meu conceito sofre alterações à todo momento.

No momento que estou escrevendo isso “educar para a vida” é:

Ajudar as pessoas a entenderem a complexidade da vida, as suas complexas relações, a raridade e a fragilidade e o respeito que se deve ter com a vida.

É ajudar as pessoas a se inserirem no mundo, ajudar a compreender que não fomos “criados” que co-evoluimos com a Terra e que fazemos parte de uma intrincada rede que não pode ser “explicada” , “cartesiana, baconiana, newtonianamente”, que não pode ser “explicada” pela nossa rude tecnologia e nem por nenhuma “outra” tecnologia, pois ela seria rude ao tentar explicar a relação Planeta – Vida/Vida – Planeta. Qualquer que seja a Vida, qualquer que seja o Planeta.

Educação ambiental e ajudar as pessoas que não podemos “explicar” o nosso planeta, e sim compreende-lo, senti-lo, percebê-lo, assim como o cacique Sattle compreendia, sentia e percebia o mundo a sua volta e que foi relatada na sua famosa carta http://www.ufpa.br/permacultura/carta_cacique.htm , lá ele fala de respeito e de cuidado que o seu povo tinha com o lugar onde vivia e o cuidado e respeito que devemos ter com o lugar que vivemos.

Isso é educação ambiental, isso é educação para vida!

Nossa tecnologia chegou a tal ponto que podemos destruir nosso planeta apertando apenas um botão e sabemos que concertá-lo não é tão simples quanto destruí-lo e ao chegar à esse nível de tecnologia perdemos a ingenuidade e caímos na ignorância.

quarta-feira, 5 de maio de 2010

A Resposta de Aldo Rebelo

Saudações!

Recebi uma carta em seu nome produzida pela organização holandesa
 Greenpeace, cujo conteúdo não esclarece as razões pelas quais a Câmara
 dos Deputados constituiu uma Comissão Especial destinada a oferecer 
parecer sobre as diversas propostas de alteração da legislação 
florestal brasileira.A carta do Greenpeace mente e manipula 
informações, confundindo pessoas que não acompanham o debate sobre o 
assunto.

O primeiro esclarecimento é que a Comissão, longe de querer alterar o
 Código Florestal, tenta apenas corrigir alterações por ele sofridas e 
que tornaram inaplicáveis os dispositivos modificados, a maioria deles 
por medida provisória, portarias e resoluções que nunca foram 
discutidas nem pelo Congresso ou pela sociedade brasileira.

O Código Florestal brasileiro, embora datado de 1965, é uma lei boa e defensável, alterada por interesses contrários aos objetivos do Brasil
e do povo brasileiro a partir da pressão de ONGs como a holandesa 
Greenpeace - e outras com sede no exterior - cujas agendas nada têm a 
ver com aquilo que interessa ao Brasil.

As propostas de alteração da legislação têm origem diversa: desde as 
apresentadas por deputados ligados à agricultura familiar, 
seringueiros da Amazônia ou da grande agricultura prejudicada pela 
concorrência desleal dos países ricos, que subsidiam seus agricultores
 e financiam suas ONGs para atuar no Brasil.

O Brasil possui mais de 5 milhões de proprietário agrícolas, em imensa 
maioria de pequenos e médios produtores, 90% deles na ilegalidade por
 não conseguirem cumprir a lei em vigor. Hoje, até a prática indígena
de fermentar a raiz da mandioca em um igarapé ou o prosaico costume de
retirar uma minhoca na beira do rio para uma pescaria tornou-se 
atividade ilegal.

Pela lei, 75% da produção do arroz em várzea 
tornou-se proibida, a plantação de bananas no Vale do Ribeira
 encontra-se na mesma situação e os ribeirinhos do Amazonas, 
impossibilitados de sobreviver porque vivem e tiram seu sustento em 
áreas vedadas pela legislação atual.

Diante de tal situação, fui indicado relator em um acordo
 suprapartidário envolvendo todos os integrantes da Comissão, de todos
 os partidos, com exceção do PSOL e do PV. Organizamos audiências 
públicas em 19 Estados, ouvimos mais de 300 pessoas - representantes
 de ONGs, órgãos ambientais, universidades, Embrapa, produtores, entre 
outros. ONGs como a multinacional holandesa Greenpeace, ou as 
brasileiras SOS Mata Atlântica e Instituto Socioambiental (ISA) foram
 ouvidas mais de uma vez, além de dezenas de outras ONGs nacionais, 
estaduais e municipais.

Confesso que fiquei estarrecido com o que vi por todo o Brasil.
 Pequenos agricultores vendendo suas propriedades ou trocando-as por um 
carro usado ou um barraco na periferia das cidades em razão de não
 terem mais acesso ao crédito da agricultura familiar por não 
conseguirem cumprir a lei. No Mato Grosso, por exemplo, no município
 de Querência, 1.920 pequenos agricultores assentados do INCRA estão 
sem crédito, sem estradas para levarem seus filhos às escolas,
 enquanto em um outro município próximo, 4 mil pequenos agricultores,
 também assentados, encontram-se na mesma situação. Que crime
 cometeram? Simplesmente ocuparam 80% de suas propriedades deixando 20% 
de reserva florestal, cumprindo a lei. Quando a lei foi alterada
 recentemente e passou a exigir 80% de reserva, obrigou o agricultor a 
reflorestar aquilo que a lei anterior autorizara a usar para a agricultura. Acontece que a despesa com reflorestamento torna-se maior
 que o valor da propriedade, depreciado pela situação de ilegalidade.
Na comunidade do Flexal, na reserva indígena Raposa-Serra do Sol, as 
autoridades apreenderam os instrumentos usados pelos índios para 
fermentar (pubar) a raiz da mandioca por causa da liberação do ácido 
cianídrico.


Poderia ampliar indefinidamente os exemplos de abusos e absurdos
 contra a agricultura e os agricultores (pequenos, médios e grandes), o 
que prometo fazer em mensagens seguintes.

Por enquanto desejo apenas
 reafirmar o meu compromisso com o meio ambiente e com o ideal de um 
País que construiu a sua história, preservando a natureza.


A título de 
exemplo, enquanto o Estado do Amazonas dispõe de 98% do seu território
 coberto por vegetação nativa, a Holanda do Greenpeace não chega a 
0,3%, o que a ONG batava considera mais do que o suficiente, já que
 não consta de sua plataforma, em seu país de origem, qualquer 
reivindicação de reserva legal ou área de preservação permanente. Em 
mensagens próximas, falarei do verdadeiro interesse dessa ONG, que 
concentra todos o seus esforços em cercar a Amazônia brasileira, pouco
 ligando para desastres ambientais urbanos que atingem milhões de 
brasileiros.

De qualquer forma, o conteúdo do debate sobre o Código
 Florestal você pode encontrar no seguinte endereço:
 http://www2.camara.gov.br/atividade-legislativa/comissoes/comissoes-temporarias/especiais/pl187699


Como último esclarecimento, ao contrário do que insinua a ONG 
holandesa, nunca integrei a bancada da agropecuária, chamada 
ruralista, embora deputados do meu partido e de outros partidos de 
esquerda a integrem como parte do esforço de defender a agricultura e 
a pecuária do Brasil contra os interesses dos países ricos.


Atenciosamente,


Aldo Rebelo
Deputado Federal PCdoB-SP

sábado, 1 de maio de 2010

O Guardião de todo ser

Esse trecho foi tirado de um texto do – Caderno de debate. Agenda 21 e sustentabilidade: ética e sustentabilidade, Do Ministério do Meio Ambiente. Quem escreveu foi um teólogo, Leonardo Boff, já conhecia seus textos há algum tempo e cada vez que leio algo novo me surpreendo mais e mais. Vou colocar o texto na integra pois relata exatamente o que penso e o que eu acho de nossa “missão” nessa pequena espaçonave chamada de Terra e da esperança que tenho na humanidade.

“Terra, vida e humanidade somos somos a expressão de um mesmo e imenso processo evolucionário que se iniciou há 15 bilhões de anos. Terra, vida e humanidade formamos uma única realidade complexa e diversa. É o que nos testemunham os astronautas quando vêem a Terra lá de fora da Terra a partir de suas naves espaçais: Terra, biosfera e humanidade não podem ser distinguidos, formam uma única e irradiante realidade. Tudo é vivo. A Terra é Gaia, um super organismo vivo. O ser humano (cuja origem filosófica vem de humos = terra fértil e boa) é a própria Terra que sente, que pensa, que ama, que cuida e que venera. Terra e humanidade possuem a mesma origem e o mesmo destino.

A missão do ser humano, como portador de consciência, inteligência, vontade e amor, é a de ter o cuidado da Terra, o jardineiro desse esplêndido jardim do Éden.

Ocorre que na história ele se mostrou, em muitas ocasiões, o Satã da Terra e, em outras, transformou o jardim do Éden num matadouro, para usar uma expressão do grande especialista em biodiversidade, Edward Wilson (O futuro da vida. p. 121).

Mas sua vocação é ser o guardião de todo ser.”

Sejamos então os "Guardiões de todo ser, de toda Terra”.